domingo, 8 de outubro de 2017

RIO

Rio de tantas alegrias
Rio de tantas loucuras
Rio de tantos sorrisos
Rio da Lapa
Rio da Copapacana
Rio me faz Rir
Rio de tanto Rio

O Rio continua lindo! Sempre lindo! Lindo com aquele gingado do malandro, do sorriso do rastafári, da alegria dos turistas se esbaldando de caipirinha na Lapa. Rio de Copacabana, das calçadas decoradas onde nelas Carlos Drummond está sentado de pernas cruzadas olhando o movimento do vai e vem do carioca.



Detalhes desta viagem:

SAARA


 É um tipo de 25 de Março de São Paulo,  com barracas e lojinhas  com muitas coisas. Adoro este tipo de feira, mas não é que sou consumidora nata não...rsrsrs... eu gosto de ir para olhar as pessoas, o movimento, a mistura de línguas, orientais... e não comprei nada, pois estou querendo somente levar boas lembranças, isso aprendi com o tempo na vida de andarilha.

SANTA TERESA



Com muitas subidas e descidas de ruas de pedras, Santa Teresa é uma região bem familiar, com pracinhas onde crianças brincam nas ruas, e os moradores ainda se reunem nas praças.


ILHA DE PAQUETÁ

Ruas de terras, lembra uma cidadezinha do interior. Não passa carros, tem casas coloridas, casa da moreninha, praias pequenas. Nessa paisagem, paramos num restaurante no meio  do caminho. Quando chegamos lá, havia um senhorzinho  com uma garotinha, a menina parecia uma índia, linda e tagarela. Contou-me a vida dela em minutos.


Ilha de Paquetá parece uma ilha mágica, tem até cemitério de passarinhos moldurados de poemas. Sim, tinha poemas no cemitério de passarinhos, sim era um cemitério de passarinhos! Quem disse que passarinhos não são também criaturinhas de Deus? E merecem um lugar de paz para as suas pequeninas almas. :)








quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Isla Negra, a casa de Pablo Neruda




Um dos meus maiores sonhos foi realizado no final de semana passado, que era de conhecer a casa de Pablo Neruda. Desde que eu li o livro “O Carteiro e o Poeta” de Antonio Skármeta, e também os poemas do livro “O Mar e os Sinos” de Pablo Neruda, fiquei enamorada pelo universo da casa de Isla Negra. Fiquei imaginando como seria a casa, imaginando os sinos e a praia. E para a minha felicidade, fiz parte deste universo, e presenciei uma das mais belas paisagens digna de poemas. Deu para sentir toda a inspiração do poeta.

O Mar e os Sinos

"(...) Mas também queria pedir uma coisa, Mario, que só você pode cumprir. Todos os meus amigos ou não saberiam o que fazer ou pensariam que sou um velho caduco e ridículo. Quero que você vá com este gravador passeando pela Ilha Negra e grave todos os sons e ruídos que vá encontrando. Preciso desesperadamente de algo, nem que seja o fantasma da minha casa. A minha saúde não anda nada bem. Sinto falta do mar. Sinto falta dos pássaros. Mande para mim os sons da minha casa. Entre no jardim e faça soar os sinos. Primeiro grave esse repicar suave dos sininhos pequenos quando o vento bate neles, e depois puxe o cordão do sino maior cinco, seis vezes. Sinos, meus sinos! Não há nada que soe tão bem como a palavra sino se a pendurarem num campanário junto ao mar. E depois vá até as pedras e grave a arrebentação das ondas. E se ouvir o silêncio das estrelas siderais, grave (...)” (trecho do livro “O Carteiro e o Poeta”)

Andar por debaixo dos sinos, tocá-los. Reza a lenda que ele sempre tocava os sinos para anunciar  a sua chegada na ilha, e que também servia como saudação aos barcos que passavam por alto mar.
Ahh,o mar! De um azul escuro, quase topázio, o mar que se embala, que toca nos negros rochedos chamando-os para bailar ao som melódico do vento. A paisagem é poética e extremamente tocante. Como é lindo de se ver!


 A casa parecia de brinquedo...

"A criança que não brinca não é uma criança, mas o homem que não brinca perdeu para sempre a criança que vivia em si e que lhe fará muita falta." (Pablo Neruda)

Era como entrar num universo de criança, um parque de diversões: tinha trem, sinos, cavalos, bonecas, barcos... infinitas coisas. A casa parecia um túnel comprido e estreito igual ao mapa chileno. Em cada compartimento o visitante se surpreendia, pois os lugares se diferenciavam um do outro; tinha muitas imagens; muitas esculturas de mulheres do mar, que pareciam vivas, e parecia que queriam saltar da sua base e falar um pouco com o visitante, falar sobre a história do poeta. Mas, impedidas pelas circunstâncias, limitavam-se em te fitar com os olhos enormes na esperança de serem entendidas e notadas.

O Cavalo


Numa das salas, tinha um cavalo de madeira em tamanho natural. Um cavalo que ele viu numa loja quando era criança. Contam que desde muito menino, ele falava que queria comprar esse cavalo; e o dono do armazém ria do garoto. Porém, bem mais tarde, o armazém sofreu um incêndio; foi quase todo destruído, mas o cavalo se salvou, tendo somente queimado uma parte da crina. Pablo Neruda, sabendo disso, deslocou-se o mais rápido possível para o lugar onde seria feito o leilão e conseguiu arrematar o cavalo. E por conta disso, promoveu uma grande festa para a chegada do cavalo que ganhou uma sala só pra ele, com direito a uma festa a fantasia. O anfitrião exigiu que os convidados viessem fantasiados, e com eles foram trazidos diversos presentes para o novo mascote; que nesta brincadeira ganhou três rabos:dois posicionados na traseira e um nas costas. 

A mesa que o mar presenteou o poeta...


A história da mesa que o poeta escrevia é bem pitoresca. Dizem que foi numa bela manhã, depois de uma noite de tempestade, ele estava olhando para o horizonte e  viu uma madeira flutuando perto dos rochedos e não hesitou em gritar Matilde: - Matilde, venha ver a mesa que o mar trouxe para o poeta! – E lá foram eles até a praia junto aos rochedos para resgatar a tábua que logo foi transformada numa mesa onde ele produziu os maiores poemas de sua vida.

Toquei na mesa do poeta, que ele escrevia constantemente. Escrevia com tinta verde. O verde por representar a “esperança”, sempre foi muito místico com as minudências. A fidelidade cabal pela tinta verde era tanta, que dizem que durante a Guerra Civil da Espanha, Neruda escreveu alguns poemas mais marcantes do seu tempo. Porém, um foi interrompido, pois a provisão de tinta verde se esgotou em toda Madri. Quando um novo carregamento chegou, depois de uma semana, ele não conseguiu resgatar o poema, pois sua inspiração havia acabado. Outra mania do escritor era de sempre lavar as mãos antes de escrever, lavava-as numa pia ao lado da sua mesa. Escrevia sempre de frente para a janela, onde poderia ter a visão de todo o litoral.





O Colecionador
Além de ser escritor, o poeta era um autodidata em ornitologia- a ciência que estuda os pássaros- diversas pinturas de pássaros, de todas as espécies, ornamentavam as paredes por toda casa. O lar também possuía uma sala com uma coleção de borboletas e de insetos, que o poeta trouxe de vários lugares do mundo, igualmente muitos deles foram presentes de amigos.  E finalmente, na última sala, tinha uma exposição de conchas de todas as cores; as mais belas que eu já vi na minha vida.





A Morte



“Compañeros, enterradme en Isla Negra,  frente al mar que conozco, a cada área rugosa de piedras y de olas que mis ojos perdidos no volverán a ver...” (Pablo Neruda)
Emocionei-me ao ver o túmulo de Pablo Neruda ao lado de Matilde Urrutia, seu eterno amor. O poeta faleceu, decorrente de um câncer de próstata, em 23 de Setembro de 1973. Após, o golpe de Estado liderado por Augusto Pinochet. Dizem que sua saúde veio agravar-se depois que escutou as últimas palavras do seu amigo Salvador Allende, que havia sido deposto da presidência pelas Forças Armadas do Chile. E Matilde veio a falecer somente em 1985. Apesar do longo tempo, a vontade do poeta foi feita: os dois foram sepultados lado a lado com túmulos direcionados ao mar, na sua casa preferida, em Isla  Negra.

O Mar

Ao me despedir da casa, fixei os olhos no horizonte que se deitava sobre o mar; e vi que o mar acariciava os rochedos negros; e os rochedos negros por sua vez estavam sendo abraçados pela areia branca. E por um devaneio, entre essa harmonia de cores e cheiros, pude ver Matilde com sua cabeleira rebelde vermelha correndo pela praia, subindo nas pedras, em grandes risos com o seu o seu amor Pablo Neruda.


Despedida...
Hoje é meu último dia no Chile, pois voltarei ao Brasil. Vou embora levando muito deste belo país dentro de mim. Levo também um pouco do poeta e da alegria deste povo. Obrigada Chile por todo o aprendizado!
Eu, na primavera de Santiago do Chile.

Imagens: minhas, e da Fundação Pablo Neruda.
Fonte de pesquisa: guia eletrônico do museu de Isla negra e Fundação Pablo Neruda

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

La Chascona, uma casa de amor




Como tudo na vida do poeta Pablo Neruda, a história de La Chascona  também é digna de um filme. O poeta sempre teve uma vida muito intensa, seja na  política ou  no amor, carregada de paixões e turbulências. La Chascona é como um poema de amor, essa é a história da casa secreta de Pablo Neruda, onde ele mantinha um oculto romance com sua amante Matilde.

Construída numa das regiões mais charmosas de Santiago, o Bellavista. Um bairro onde os artistas expõem suas artes, e também é um ponto de encontro de pintores, escritores e boêmios. É um dos lugares mais fascinantes da cidade, muito colorido, repleto de bares e restaurantes para todos os gostos.

A história de La Chascona

A fachada da casa

Iniciais do casal  na janela

La Chascona foi construída em 1953, em uma ladeira da Cerra de San Cristóbal, com o propósito de ser um refúgio de amor para com sua amante Matilde Urrutia, que mais tarde veio a se tornar sua terceira esposa. La Chascona era um apelido que Pablo deu a Matilde por causa da sua enorme cabeleira vermelha, em sua homenagem a casa foi batizada com esse nome.
  
Reza a lenda que numa tarde de amor, Pablo Neruda e Matilde passeavam por essa região e se encantaram pelo barulho da água caindo de uma cachoeira. Ela escreve em suas memórias:

"Ficamos assombrados pelo som da água ... era uma cachoeira de verdade que descia o canal...

Ficaram tão empolgados que decidiram comprar o terreno. Muito mais tarde, em seu poema “La Chascona” do livro “A Barcarola",Neruda evocaria a água que corre por escritos em seu “idioma", e os arbustos que protegia o local como seus “ramos de sangue."

A casa serviu também como refúgio de muitos amigos de Neruda, entre eles o muralista mexicano Diego Rivera, que pintou um retrato de Matilda com duas cabeças. Se  olharmos de perto a cabeleira de Matilde na pintura, podemos ver a imagem de Neruda difusa entre seus cabelos, que simbolizava o amante que permanecia escondido. Esta é uma das peças mostradas hoje no museu.

Em fevereiro de 1955, Neruda separa-se finalmente de sua esposa Delia del Carril. E muda –se definitivamente para La Chascona.

 Em 23 de setembro de 1973, dias após o golpe militar que derrubou o presidente Salvador Allende; Neruda morreu em Santa Maria Clínica de Santiago. E La Chascona  sofreu atos de vandalismo. O riozinho que o poeta tanto amou foi interditado, provocando inundação por toda casa. Inclusive, tiveram que colocar tábuas sobre a lama  para mover os restos mortais do poeta, que foi velado nesta casa por insistência de Matilde. Ela e alguns amigos passaram a noite toda do velório na sala que teve o vidro estilhaçado.

Matilda se esforçou para reparar os danos da casa que ela havia construído com Neruda, e lá viveu até sua morte em 1985. Assim, "La Chascona" renasceu e hoje é um museu que procura difundir a vida do poeta, permitindo o acesso ao íntimo em que viveu e criou.

Em "La Chascona" são conservadas muitas coleções do poeta, uma galeria de arte interessante, com obras de pintores chilenos e estrangeiros de todos os tempos. Há também uma coleção de esculturas em madeira Africana e outros objetos de mobília  do designer Piero Fornasetti. Existem também ambientes de Neruda, como sua sala de jantar com pratos originais e talheres.

Imagens: minha autoria
Fonte de Pesquisa: informações dada pelo nosso guia no dia da visita ao museu,Wikipedia, fundação Pablo Neruda, Site da Universidade do Chile. 


segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Estação das Flores em Santiago


Santiago está linda! Muito verde, e um colorido salpicado por todas as flores. A cidade nesta época fica mais romântica, e cheia de vida. Pássaros cantam, abelhas e borboletas dançam ao sabor do vento! Os perfumes das flores  aromatizam todos os lugares, e a vida fica mais leve e mais bonita!










Imagens: minhas imagens, fotos de Santiago em Outubro de 2011. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Festa da Pátria no Chile


No final de semana passado comemorou-se a Independência  do Chile, as celebrações aconteceram por todo país.

Fomos até a Parque O'Higgins , um dos parques mais  famoso de Santiago para participar desta festa.  Uma festa linda, com muita comida e bebida; muitos chilenos aproveitaram para usar suas roupas típicas. 





Mote con Huesillo,bebida típica

Um pouco da História

Bernardo O'Higgins libertou o país da dominação espanhola e
declararam a independência do Chile em 18 de Setembro de 1818. O'Higgins, ditador até 1823, fundou o estado moderno com o sistema de bi-partidarismo e um governo centralizado. Diego Portales, ditador que governou o país de 1830 a 1837, lutou contra o Peru entre 1836 e 1838, expandindo o território chileno. 

Imagens:minhas imagens.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O Chile dos protestos


Algo marcante aqui no Chile, é que a gente pode sentir um forte patriotismo chileno, e também a conscientização dos jovens pelos seus direitos. Andando pelo centro de Santiago percebemos um intenso sentimento de idealismo, protestos de todas as formas são ostensivos por toda cidade. Protestos realizados por jovens, meninos de 15, 16 anos. Fiquei imaginando que tamanha conscientização social seja resquício da época da opressão da ditadura de Pinochet.

Os jovens parecem que saíram de um filme, todos uniformizados com suas camisetas com estampas dos respectivos protestos e bandeiras, correndo de uma rua à outra para administrar a manifestação, ao som de um rock. É até lindo de se ver a conscientização pelos direitos, fiquei com inveja da cidadania deste povo. 

Protestos para a melhoria na educação

Protestos contra o aborto

Protestos dos vegetarianos

Protestos dos vegetarianos

A banda dos protestos
Imagens: minhas imagens, tiradas no centro de Santiago em Setembro de 2011.

domingo, 11 de setembro de 2011

O Chile é um poema...

Doce inverno chileno

Inverno no Chile

Cordilheiras dos Andes

A lua e as Cordilheiras

A vista da nossa varanda

A lua  no céu chileno
Imagens: minha autoria, fotografada no dia 10 de Setembro de 2011.