terça-feira, 28 de setembro de 2010

Último dia do Ganesha Festival

Post atrasado galera...sorry!

Festa colorida com Sindur (pó vermelho da boa sorte)

Ontem (22/09) foi o último dia do Ganesha Festival, e fomos presenciar essa bela festa.  Neste dia a imagem do Ganesha é imergido nos lagos e rios.

As ruas de Mumbai tornaram-se pequenas para tanta alegria, com muita batucada e dança, parecia até um carnaval de rua. Adorei! Confiram nas fotos:

Caminhão levando o Ganesha
O sr. Ganesha
Festa nas ruas
Detalhes da banda



Eu, de azul,aprendendo dançar kikli 


Adoração ao Ganesha
O Ganesha sendo levado para a imersão.



quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Senhor Ganesha




Atributos Corporais

Cada elemento do corpo de Ganesha tem seu próprio valor e seu próprio significado:
  • cabeça de elefante indica fidelidade, inteligência e poder discriminatório;
  • O fato dele ter apenas uma única presa (a outra estando quebrada) indica a habilidade de Ganesha de superar todas as formas de dualismo;
  • As orelhas abertas denotam sabedoria, habilidade de escutar pessoas que procuram ajuda e para refletir verdades espirituais. Elas simbolizam a importância de escutar para poder assimilar idéias. Orelhas são usadas para ganhar conhecimento. As grandes orelhas indicam que quando Deus é conhecido, todo conhecimento também é;
  • tromba curvada indica as potencialidades intelectuais que se manifestam na faculdade de discriminação entre o real e o irreal;
  • Na testa, o Trishula (arma de Shiva, similar a um Tridente) é desenhado, simbolizando o tempo (passado, presente e futuro) e a superioridade de Ganesha sobre ele;
  • barriga de Ganesha contém infinitos universos. Ela simboliza a benevolência da natureza e equanimidade, a habilidade de Ganesha de sugar os sofrimentos do Universo e proteger o mundo;
  • A posição de suas pernas (uma descansando no chão e a outra em pé) indica a importância da vivência e participação no mundo material assim como no mundo espiritual, a habilidade de viver no mundo sem ser do mundo.
  • Os quatro braços de Ganesha representam os quatro atributos do corpo sutil, que são: mente (Manas), intelecto (Buddhi), ego (Ahamkara), e consciência condicionada (Chitta). O Senhor Ganesha representa a pura consciência - o Atman - que permite que estes quatro atributos funcionem em nós;
    • A mão segurando uma machadinha, é um símbolo da restrição de todos os desejos, que trazem dor e sofrimento. Com esta machadinha Ganesha pode repelir e destruir os obstáculos. A machadinha é também para levar o homem para o caminho da verdade e da retidão;
    • A segunda mão segura um chicote, símbolo da força que leva o devoto para a eterna beatitude de Deus. O chicote nos fala que os apegos mundanos e desejos devem ser deixados de lado;
    • A terceira mão, que está em direção ao devoto, está em uma pose de bênçãos, refúgio e proteção (abhaya);
    • A quarta mão segura uma flor de lótus (padma), e ela simboliza o mais alto objetivo da evolução humana, a realização do seu verdadeiro eu.

sábado, 18 de setembro de 2010

Ganesha

Nestes últimos dias, em virtude do Ganesha Festival, ando estudando muito sobre esta divindade chamada Ganesha e gostaria de compartilhar com vocês meus descobrimentos:

O Senhor Ganesha


Ganesha é o primeiro Deus a ser reverenciado em todos os rituais Hindus. Está nas portas dos templos e casas protegendo as suas entradas. Ganesha é o Deus que remove todos os obstáculos, ele é o protetor de todos os seres. Ele também é o Deus do conhecimento. Ganesha representa o sábio, o homem em plenitude, e os meios de realização. Ganesha é filho de Shiva e Parvati. Shiva é o Deus criador do Yoga.

Mitologia


Reza a lenda que Parvati vivia muito só, pois Shiva passava longos períodos meditando nos Himalayas. Assim, ela resolveu ter um filho, criando-o a partir da matéria de seu próprio corpo, misturada aos óleos perfumados que usava durante o banho. Após dar vida ao menino com um sopro, ela o colocou de guarda no portão do palácio, pedindo que não permitisse a entrada de ninguém. Enquanto ele cumpria as ordens de sua Mãe, o Senhor Shiva retornou de sua meditação e foi barrado pelo menino, que não o conhecia. Furioso, Shiva mandou seu exército atacá-lo e, ao perceber que ele não se rendia, cortou-lhe a cabeça.



Um Deus com cabeça de Elefante




Ao ver esta cena, Parvati ameaçou destruir toda a Criação. Para contê-la, Shiva
ordenou a seus exércitos que trouxessem a cabeça do primeiro ser vivo que encontrassem. A cabeça trazida foi a de um elefante e Shiva a colocou sobre os
ombros do menino, fazendo-o voltar à vida, transformado num ser divino. A seguir, deu-lhe a liderança de seus exércitos e o comando das forças espirituais.



Simbolismo

No simbolismo da fábula contada, os seguidores do hinduísmo vêem a história da humanidade: acreditam que nascemos de Deus - pois a Criação não existiria sem o Criador - mas esquecemos da nossa origem e, muitas vezes, não reconhecemos nosso Pai. Apesar disso, ele, por misericórdia,corta o nosso ego para que possamos renascer, na plenitude de nossa herança Divina.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Índia está em Festa!

Festival Ganesha 2010.

Nesta semana a Índia está eufórica, em todos os lugares têm comemorações. Acontece o Festival Ganesha, uma festa com duração de 10 dias. A cidade de Mumbai está toda iluminada, com luzes de todas as cores, parece até Natal. Pessoas dançam por toda parte acompanhadas de bebidas e muita comida. Pintam os corpos de vermelhos, uma festa linda de ser ver. Têm batuques nas ruas, parecem até batuques carnavalescos. É, temos algum em comum, os indianos também têm o seu carnaval, esquecem as tristezas e se esbaldam na alegria.


Batucada

Batucada e muita alegria!

Festas na ruas

Mumbai iluminada

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Onde está a Índia espiritualizada?

Faz quase dois meses que eu cheguei à Índia, e fazendo um balanço geral, ainda não me adaptei com o lugar. Confesso que essa adaptação está sendo uma das mais difíceis da minha vida. Mas, ainda tenho esperanças em encontrar a Índia espiritualizada, a Índia que sempre vimos na mídia ou nos livros. Lembro-me que quando li o livro “Comer, Rezar e Amar”, de Elizabeth Gilbert fiquei apaixonada pelos lugares que Elizabeth Gilbert tão bem narrou no seu livro, e um dos lugares que ela passou foi na Índia, aqui ela “Rezou”. Ela descreve a Índia espiritualizada, Índia das meditações, Índia do amor ao próximo, da misericórdia, da simplicidade...


Mas, o que eu vejo, pelo menos em Mumbai, é totalmente ao contrário do que a gente imagina ser. Aqui é o país das diferenças, do descaso e da miséria. As pessoas não vivem, sobrevivem! Pelas ruas não encontramos sorrisos e sim lágrimas, encontramos sofrimento e a fome estampada no rosto dos indianos.

Amor ao próximo? Ainda não vi... vi desamor: pessoas furando fila, multidões se atroplelando. Crianças nas ruas, milhares delas... Em cada esquina de Mumbai encontramos favelas, mas não pense você que as favelas são iguais às do Brasil. As favelas daqui são desumanas. São formadas por tendas de plásticos erguidas com gravetos. Nos dias de chuvas, você poderá ver criancinhas tremendo de frio esfarrapadas, magrinhas pedindo comida sob o olhar do descaso da população. Isso doi de ver, doi na alma, dá vontade de você pegar todas elas e cuidá-las.

Um dia desses eu não consegui segurar as lágrimas: uma criancinha, em torno de 4 ou 5 anos, aproximou-se oferecendo uma rosa vermelha para que eu comprasse. Claro que eu não quis comprar, pois com certeza um explorador de menores estava por trás disso. A criança estava abatida, com roupinhas rasgadas e pés tão pequenos sujos no chão. Ela se aproximou, e eu falei que não. Então ela abaixou-se e pegou no meu pé e queria beijá-lo. Sabe que os pés significam para um indiano? Significa a parte mais impura do corpo, você apontar os pés para um indiano é a pior coisa que você pode fazer. É a mesma coisa de jogar sapatos em um muçulmano, é a última coisa que se pode cometer. E a criança tocando no meu pé, significa que ela se propós ficar abaixo da impureza, abaixo de qualquer valor.

Mas, apesar de tudo, prometi para eu mesma tentar gostar da Índia. Tentarei explorar o que a Índia tem de melhor, pois de pior não preciso procurar muito, já está evidente logo na chegada.
Favela em Mumbai