sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Mais fotos de Goa...

Catedral da Sé


Viceroys Arco, entrada dos Portugueses

Pelas ruas de Goa
Catedral da Sé

Moradores de rua

pôr-do-sol mais lindo que já vi
Mais fotos no Orkut:http://www.orkut.co.in/Main#Album?uid=16593214324557115143&aid=1285708866

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Goa

Viceroys Arco, entrada dos portugueses.


Antes de falar sobre Goa, gostaria de avisar que esse post será diferente, resolvi  mudar um pouco a forma dos relatos sobre as viagens.Vou tentar separar por temas: coisas ruins e boas, e o que mais me chamou atenção...etc.. Pois quero fugir dos posts convencionais que só mostram coisas boas ou somente coisas ruins, quero mostrar o mais real possível, portanto aqui vai:

Partida: 
Mumbai à Goa, 1 hora de vôo.
Estada: 
3 dias no sul de Goa

 Companhia aérea: 
Indiana Indigo, aviões novos para a minha surpresa. As comissárias parecem terem saído dos anos 60, usam cabelinho chanel e uma maquiagem tipo pin-up. Não tem lanches incluídos, mas é possível comprar dentro do avião.

Por que Goa? 
Porque foi uma colônia Portuguesa queria encontrar algo que me lembre o Brasil. Adoro Praia, e dizem que a cidade é mais liberal com relação aos trajes e comportamentos( cansada de usar calças) . E Goa é uma cidade famosa  e é considerada o paraíso para os Indianos.

Expectativas:
Encontrar restaurantes e cafés portugueses, encontrar uma cidade mais limpa e mais tranqüila que Mumbai.

Passeios em Goa:  
Andei pelas praias do sul, e fui até a Antiga Goa, conheci o portal onde se deu a entrada dos portugueses. Visitei  as igrejas mais famosas da Velha Goa: Catedral da Sé, Igreja de São Caetano,Basílica de Bom Jesus e outras...

O que tem de pior?
Para a minha decepção  não encontrei restaurantes portugueses e nem cafés, a Velha Goa não tem infra estrutura para receber os turistas.Os banheiros perto das Igrejas são catastróficos, sujos e quebrados. Não tem um lugarzinho sequer limpo para se fazer uma refeição. E as praças ao redor dos patrimônios são sujas e mal preservadas, tem mendigos para todos os lados pedindo dinheiro aos turistas. As ruas são de terras misturadas com o lixo.

O que tem de melhor?
As praias do sul são maravilhosas, limpas, sem muita gente, e com alguns bons restaurantes, perfeitas para família e viagens românticas. Para quem gosta de frutos do mar é uma ótima opção, os preços são bem acessíveis. Vi um pôr- do- sol mais lindo da minha vida. O sol se põe no mar. Goa tem uma cultura mais liberal, podemos usar biquínis, shorts e andar de mãos dadas e dar beijinhos, sem problemas. Goa está repleta de casarões antigos portugueses, alguns ainda preservados, deu até para sentir um pouco do Brasil em Goa.

O que mais me chamou atenção...

Saber da História  de São Francisco Xavier, o jesuíta que trouxe a inquisição para Goa, Os condenados eram queimados vivos diante de um grupo de dignitários.Durante 200 anos seguintes, ocorreram 16 mil julgamentos e milhares de pessoas morreram. Com a inquisição, a partir de 1567, todas as cerimônias hindus se tornaram proibidas, os templos foram destruídos e os hindus forçados a se converter. E mesmo responsável por tantas mortes, Xavier  foi canonizado e é adorado por todos em Goa.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Rituais do Diwali

Minhas vizinhas fazendo rangolis
Nossa varanda iluminada
O puja da minha vizinha
Docinhos do Diwali
Fogos no Diwali
Enfeites do Diwali


  • Celebrado uma vez ao ano, as pessoas devem usar roupas novas, dividir os doces e estourar rojões e fogos de artifício, comemorando a destruição das forças do mal.
  • As casas são limpas durante o dia, e iluminadas com velas e luzes a noite.
  • Os hindus do norte da Índia abrem seus livros de contas e rezam pedindo sucesso e prosperidade, para o ano que está chegando.
  •  Nessas noites, as esposas hindus dançam, em particular, para seus maridos. Lanternas de óleo são acesas por toda parte e pratos típicos são servidos. É uma temporada de boa sorte e prosperidade.
Dia-dia no Diwali
1º dia – Esse dia é muito importante para os empresários, são feitas orações à deusa Lakshmi para pedir prosperidade.
2° dia  – Os pujas ( oferendas e veneração aos Deuses) são feitos, acompanhado com pedidos .Alguns fogos são estourados.
3º dia – é o dia mais importante do Diwali, as mulheres desenham d o rangoli (um desenho feito na entrada da casa). Acendem-se velas por toda a casa e fazem o Puja  à deusa Laksmi.  Ao cair da noite, cada família vai para a rua soltar seus respectivos fogos. São horas e horas de show pirotécnico por toda Índia.
4º dia - Dia do Gudi Padwa, representa o amor do casamento. Presentes são trocados juntamente com uma refeição típica.
 5° dia – é o dia do irmão. As irmã oferece um  Puja para a proteção do irmão. E em contra parte o irmão faz uma marca na testa da mesma como símbolo de saúde e felicidade. 

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Estudo sobre Diwali ou Deepavali

´Diwali (velas na entrada de casa) 

Significado da palavra
“Uma carreira de Luz”
Deepa= lâmpadas
Avali= fileiras
Esta palavra, com o passar do tempo, tornou-se Diwali em hindi. Mas, no sul indiano em algumas línguas, a palavra não sofreu qualquer alteração.
Religiões que se comemoram o Diwali:
Hinduísmo, Sikhinismo, Budismo e Jainismo. 
Teorias de origem e significados:  
  • Para os historiadores: nasceu na Índia antiga, na época das grandes colheitas.Outros acreditam que seja a celebração da união entre Visnhu e Lakshmi.
  • Para os hindus é uma Homenagem à Deusa Lakshmi como esposa de Vishnu (o sustentador do universo). Mas, alguns indianos acreditam que é a data que Rama resgata  Sita das forças do mal, e leva-a de volta para casa numa noite escura. As luzes e os fogos do festival iluminam o caminho para Rama e Sita.
  •  Para os Sikhs, o Diwali veio a ter significado especial a partir do dia ao qual houve o retorno a cidade de Amritsar do iluminado Guru Hargobind (1595-1644), que havia sido detido no Forte em Gwalior sob as ordens do imperador Mughal, Jahangir (1570-1627). Como o sexto Guru (professor), do Sikhismo, Guru Hargobind Ji, foi libertado da prisão - juntamente com 53 hindus Kings (que eram mantidos como prisioneiros políticos) a quem o Guru havia organizado sua libertação. Após a sua libertação ele foi para o Darbar Sahib (Templo Dourado) na cidade santa de Amritsar, onde foi saudado pelo povo com tamanha felicidade que acenderam velas e diyas para cumprimentar o Guru. Devido a isto, sikhs referem frequentemente que Diwali também como BANDI Chhorh Divas - "o dia da libertação dos detidos".
  • No Jainismo, Diwali é marcado como o nirvana do Lord Mahavira, que ocorreu em 15 de outubro, 527 aC.
  • O festival também é comemorado pelos budistas do Nepal, especialmente os Newar budistas
  • Este festival também celebra o assassinato de Narakasura, o que converte o Diwali num evento religioso que simboliza a destruição das forças do  mal.
  •  Em muitas partes da Índia, é o Baile do Rei Rama de Ayodhya,que após 14 anos de exílio na floresta derrotou o mal Ravana. O povo de Ayodhya (a capital do seu reino) congratulou-se com Rama por iluminação em fileiras (avali) das lâmpadas (Deepa).
  • Em Bengala a festa é dedicada adorar a deusa da força, a Mãe Kali
  • Muitos fieis acreditam que, nesse período, a deusa Lakshmi traz prosperidade ao mundo todo.




sábado, 6 de novembro de 2010

Diwali, Festival de Fogos!

Ontem fomos ver a festa pelos arredores, e foi muito divertido. Fogos de artifícios foram soltos por horas. Não é igual ao nosso Ano Novo que a gente só solta à meia noite e pronto, os indianos investem muito nas compras de fogos, são horas e horas de show! Mas, um fato curioso e negativo que eu observei foi a negligência com as crianças durante a queima de fogos, pude ver crianças pequenas brincando com fogos sem a menor supervisão de um adulto, muito estranho! Porém é uma festa inesquecível!
O Diwali, realmente é lindo, é mesmo um festival de luzes. Confiram nas fotos:








Ps: Mais fotos no Orkut.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Diwali, Festival das Luzes!



Essa semana está sendo bem legal aqui na Índia, as casas estão todas iluminadas, parece até com o nosso Natal. Fogos de artifícios são estourados todos os dias. Tudo ficou mais alegre e colorido. Os indianos estão mais simpáticos, amorosos e contentes. Todos os apartamentos no meu condomínio estão com as varandas enfeitadas por luzes, e guirlandas feitas de flores decoram as portas. Sempre ao cair da noite minhas vizinhas enfeitam o corredor com desenhos no chão feitos com pós coloridos e acendem velas... lindo, lindo de se ver! Eu adoro esses rituais indianos, parecem tão fieis à religião.
 São cinco dias de Festival, cada dia tem um significado e um ritual diferente. No primeiro dia, os indianos costumam limpar toda a casa. A minha vizinha contratou uma empresa de limpeza para deixar a casa brilhando, pois de acordo com a crença só assim a deusa  Lakshmi  (esposa de Vishnu, o sustentador do universo) pode entrar na casa. Lakshmi não gosta de sujeira e nem bagunça. Até falei para o meu marido, que se dependesse de bagunça Lakshmi não entraria na minha casa nunca, pois não sou nada organizada...he,he...
 Para entrar no ritmo indiano, também colocamos luzes na nossa varanda. O Erik (meu filho de 6 anos) adorou! E deu-me até uma nostalgia de saudade da família por lembrar o Natal.
Como sempre, todo festival religioso da Índia tem vários significados e diversas teorias de origem, portanto, impossível resumir num só post. Vou dividir esse tema em várias partes, mas esse post será somente para passar as minhas atuais impressões.
Estamos ansiosos para o cair da tarde, pois hoje, de acordo com algumas informações,  é o dia principal do festival. No começo da noite, eles iluminarão as ruas e cantarão para os deuses aos sons de muitos fogos.  Contarei para vocês amanhã...
Namastê!

domingo, 31 de outubro de 2010

Depois de um longo tempo...

 Tive que fazer um break aqui na Índia por causa do visto, mas agora está tudo certo, tenho visto até Abril do próximo ano. Enquanto esperava o visto fui dar uma voltinha na Tailândia, fica pertinho aqui da Índia, só foram 4 horas de vôo. E como sempre, a Tailândia é linda em todos os aspectos. Mas, desta vez, eu fui conhecer Bangcoc, a capital da Tailândia. Bangcoc é ultramoderna, tem metrôs que passam por toda a cidade e arranha-céus por todos os lados.

Constatei mais uma vez que a Tailândia é realmente feita para o turismo, com uma infra-estrutura invejável. Bangcoc é uma cidade limpa, charmosa e excêntrica. O modernismo contrasta com os monumentos e templos históricos, os sorrisos e a hospitalidade dos tailandeses fazem tudo ficar mais harmonioso. Só tenho elogios para a “Cidade dos Anjos”.  

   Algumas fotinhas da linda cidade:

A cidade colorida

Mármore Templo
Os monges e o templo

O Mercado Flutuante

As senhoras vendedoras no Mercado Flutuante


sábado, 9 de outubro de 2010

Mais um Festival na Índia!

Bem que me disseram que o povo indiano é festeiro... E não é que é mesmo!
Mal acabou o Ganesha Festival, e já iniciaram mais uma celebração à uma Deusa. Ontem fui conferir a festa na rua (fotos em breve). E os festejos começam sempre no final da tarde, no horário menos quente do dia e vai até as 22:00 horas. A festa é vista por toda cidade, organizadas por um tipo de “presidente ou chefe da rua” (algo deste tipo).
Desta vez a homenageada foi uma Deusa que tem vários nomes e vários braços:




Essa Deusa pode ser chamada de Durga, Saraswati, Kali, etc. Mas, vamos chamá-la de Durga. Durga é o aspecto feminino de Shiva –parte da trindade hindu: Brama(Criador), Vishnu (Mantedor) e Shiva (Destruidor e Regenerador).

O festival da deusa hindu Durga é um dos mais populares na Índia.Comemorado durante nove dias ao som de tambores e rituais que lembram a vitória do ‘‘bem’’ (no caso, Durga) sobre o ‘‘mal’’ (Asura) depois de uma histórica batalha.  
Continuação no próximo post...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Último dia do Ganesha Festival

Post atrasado galera...sorry!

Festa colorida com Sindur (pó vermelho da boa sorte)

Ontem (22/09) foi o último dia do Ganesha Festival, e fomos presenciar essa bela festa.  Neste dia a imagem do Ganesha é imergido nos lagos e rios.

As ruas de Mumbai tornaram-se pequenas para tanta alegria, com muita batucada e dança, parecia até um carnaval de rua. Adorei! Confiram nas fotos:

Caminhão levando o Ganesha
O sr. Ganesha
Festa nas ruas
Detalhes da banda



Eu, de azul,aprendendo dançar kikli 


Adoração ao Ganesha
O Ganesha sendo levado para a imersão.



quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Senhor Ganesha




Atributos Corporais

Cada elemento do corpo de Ganesha tem seu próprio valor e seu próprio significado:
  • cabeça de elefante indica fidelidade, inteligência e poder discriminatório;
  • O fato dele ter apenas uma única presa (a outra estando quebrada) indica a habilidade de Ganesha de superar todas as formas de dualismo;
  • As orelhas abertas denotam sabedoria, habilidade de escutar pessoas que procuram ajuda e para refletir verdades espirituais. Elas simbolizam a importância de escutar para poder assimilar idéias. Orelhas são usadas para ganhar conhecimento. As grandes orelhas indicam que quando Deus é conhecido, todo conhecimento também é;
  • tromba curvada indica as potencialidades intelectuais que se manifestam na faculdade de discriminação entre o real e o irreal;
  • Na testa, o Trishula (arma de Shiva, similar a um Tridente) é desenhado, simbolizando o tempo (passado, presente e futuro) e a superioridade de Ganesha sobre ele;
  • barriga de Ganesha contém infinitos universos. Ela simboliza a benevolência da natureza e equanimidade, a habilidade de Ganesha de sugar os sofrimentos do Universo e proteger o mundo;
  • A posição de suas pernas (uma descansando no chão e a outra em pé) indica a importância da vivência e participação no mundo material assim como no mundo espiritual, a habilidade de viver no mundo sem ser do mundo.
  • Os quatro braços de Ganesha representam os quatro atributos do corpo sutil, que são: mente (Manas), intelecto (Buddhi), ego (Ahamkara), e consciência condicionada (Chitta). O Senhor Ganesha representa a pura consciência - o Atman - que permite que estes quatro atributos funcionem em nós;
    • A mão segurando uma machadinha, é um símbolo da restrição de todos os desejos, que trazem dor e sofrimento. Com esta machadinha Ganesha pode repelir e destruir os obstáculos. A machadinha é também para levar o homem para o caminho da verdade e da retidão;
    • A segunda mão segura um chicote, símbolo da força que leva o devoto para a eterna beatitude de Deus. O chicote nos fala que os apegos mundanos e desejos devem ser deixados de lado;
    • A terceira mão, que está em direção ao devoto, está em uma pose de bênçãos, refúgio e proteção (abhaya);
    • A quarta mão segura uma flor de lótus (padma), e ela simboliza o mais alto objetivo da evolução humana, a realização do seu verdadeiro eu.

sábado, 18 de setembro de 2010

Ganesha

Nestes últimos dias, em virtude do Ganesha Festival, ando estudando muito sobre esta divindade chamada Ganesha e gostaria de compartilhar com vocês meus descobrimentos:

O Senhor Ganesha


Ganesha é o primeiro Deus a ser reverenciado em todos os rituais Hindus. Está nas portas dos templos e casas protegendo as suas entradas. Ganesha é o Deus que remove todos os obstáculos, ele é o protetor de todos os seres. Ele também é o Deus do conhecimento. Ganesha representa o sábio, o homem em plenitude, e os meios de realização. Ganesha é filho de Shiva e Parvati. Shiva é o Deus criador do Yoga.

Mitologia


Reza a lenda que Parvati vivia muito só, pois Shiva passava longos períodos meditando nos Himalayas. Assim, ela resolveu ter um filho, criando-o a partir da matéria de seu próprio corpo, misturada aos óleos perfumados que usava durante o banho. Após dar vida ao menino com um sopro, ela o colocou de guarda no portão do palácio, pedindo que não permitisse a entrada de ninguém. Enquanto ele cumpria as ordens de sua Mãe, o Senhor Shiva retornou de sua meditação e foi barrado pelo menino, que não o conhecia. Furioso, Shiva mandou seu exército atacá-lo e, ao perceber que ele não se rendia, cortou-lhe a cabeça.



Um Deus com cabeça de Elefante




Ao ver esta cena, Parvati ameaçou destruir toda a Criação. Para contê-la, Shiva
ordenou a seus exércitos que trouxessem a cabeça do primeiro ser vivo que encontrassem. A cabeça trazida foi a de um elefante e Shiva a colocou sobre os
ombros do menino, fazendo-o voltar à vida, transformado num ser divino. A seguir, deu-lhe a liderança de seus exércitos e o comando das forças espirituais.



Simbolismo

No simbolismo da fábula contada, os seguidores do hinduísmo vêem a história da humanidade: acreditam que nascemos de Deus - pois a Criação não existiria sem o Criador - mas esquecemos da nossa origem e, muitas vezes, não reconhecemos nosso Pai. Apesar disso, ele, por misericórdia,corta o nosso ego para que possamos renascer, na plenitude de nossa herança Divina.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Índia está em Festa!

Festival Ganesha 2010.

Nesta semana a Índia está eufórica, em todos os lugares têm comemorações. Acontece o Festival Ganesha, uma festa com duração de 10 dias. A cidade de Mumbai está toda iluminada, com luzes de todas as cores, parece até Natal. Pessoas dançam por toda parte acompanhadas de bebidas e muita comida. Pintam os corpos de vermelhos, uma festa linda de ser ver. Têm batuques nas ruas, parecem até batuques carnavalescos. É, temos algum em comum, os indianos também têm o seu carnaval, esquecem as tristezas e se esbaldam na alegria.


Batucada

Batucada e muita alegria!

Festas na ruas

Mumbai iluminada

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Onde está a Índia espiritualizada?

Faz quase dois meses que eu cheguei à Índia, e fazendo um balanço geral, ainda não me adaptei com o lugar. Confesso que essa adaptação está sendo uma das mais difíceis da minha vida. Mas, ainda tenho esperanças em encontrar a Índia espiritualizada, a Índia que sempre vimos na mídia ou nos livros. Lembro-me que quando li o livro “Comer, Rezar e Amar”, de Elizabeth Gilbert fiquei apaixonada pelos lugares que Elizabeth Gilbert tão bem narrou no seu livro, e um dos lugares que ela passou foi na Índia, aqui ela “Rezou”. Ela descreve a Índia espiritualizada, Índia das meditações, Índia do amor ao próximo, da misericórdia, da simplicidade...


Mas, o que eu vejo, pelo menos em Mumbai, é totalmente ao contrário do que a gente imagina ser. Aqui é o país das diferenças, do descaso e da miséria. As pessoas não vivem, sobrevivem! Pelas ruas não encontramos sorrisos e sim lágrimas, encontramos sofrimento e a fome estampada no rosto dos indianos.

Amor ao próximo? Ainda não vi... vi desamor: pessoas furando fila, multidões se atroplelando. Crianças nas ruas, milhares delas... Em cada esquina de Mumbai encontramos favelas, mas não pense você que as favelas são iguais às do Brasil. As favelas daqui são desumanas. São formadas por tendas de plásticos erguidas com gravetos. Nos dias de chuvas, você poderá ver criancinhas tremendo de frio esfarrapadas, magrinhas pedindo comida sob o olhar do descaso da população. Isso doi de ver, doi na alma, dá vontade de você pegar todas elas e cuidá-las.

Um dia desses eu não consegui segurar as lágrimas: uma criancinha, em torno de 4 ou 5 anos, aproximou-se oferecendo uma rosa vermelha para que eu comprasse. Claro que eu não quis comprar, pois com certeza um explorador de menores estava por trás disso. A criança estava abatida, com roupinhas rasgadas e pés tão pequenos sujos no chão. Ela se aproximou, e eu falei que não. Então ela abaixou-se e pegou no meu pé e queria beijá-lo. Sabe que os pés significam para um indiano? Significa a parte mais impura do corpo, você apontar os pés para um indiano é a pior coisa que você pode fazer. É a mesma coisa de jogar sapatos em um muçulmano, é a última coisa que se pode cometer. E a criança tocando no meu pé, significa que ela se propós ficar abaixo da impureza, abaixo de qualquer valor.

Mas, apesar de tudo, prometi para eu mesma tentar gostar da Índia. Tentarei explorar o que a Índia tem de melhor, pois de pior não preciso procurar muito, já está evidente logo na chegada.
Favela em Mumbai